Síndica profissional é investigada por desvio de mais de R$ 230 mil em Belo Horizonte
Moradores de dois condomínios acusam ex-gestora de fraude e forjamento de extratos bancários para ocultar rombo financeiro.

Uma síndica profissional está sendo investigada por suspeita de desviar mais de R$ 230 mil de dois condomínios em Belo Horizonte. As irregularidades só foram descobertas após sua saída da administração dos edifícios.
Em um dos casos, ocorrido no bairro Salgado Filho, na região Oeste da capital, os moradores identificaram um prejuízo de aproximadamente R$ 70 mil. O atual síndico, Dirceu Brandão, afirmou que a ex-gestora, Luciene Vieira, reconheceu o problema e prometeu restituir o valor com juros. No entanto, o cheque de R$ 90 mil que ela apresentou para pagamento nunca foi compensado.
Segundo Alex Cunha, diretor do conselho administrativo do condomínio, Vieira manipulava extratos bancários para simular saldo positivo enquanto retirava dinheiro da conta. Diante da fraude, os moradores acionaram um advogado e ingressaram com processos cível e criminal para tentar recuperar o montante e responsabilizar a ex-síndica judicialmente.
Outro caso semelhante foi registrado em um edifício no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde os condôminos perceberam que uma das contas do condomínio ficou negativa, com retiradas que somaram mais de R$ 160 mil.
A nova síndica desse prédio, Raquel Moreira, destacou que o problema vai além das perdas financeiras, causando impacto na valorização dos imóveis. Para cobrir o déficit, os moradores precisarão arcar com taxas extras para manutenção e melhorias.
De acordo com o boletim de ocorrência, em dezembro do ano passado, Luciene Vieira assumiu formalmente a dívida em uma reunião com moradores, assinando um termo de confissão. Ela pediu 45 dias para regularizar a situação, mas não compareceu à nova assembleia convocada posteriormente.
A advogada do condomínio, Pâmela Gontijo, afirmou que, caso a Justiça aceite as solicitações feitas no processo, a ex-síndica poderá ter seu CPF bloqueado, além de possíveis restrições bancárias e até impedimento para obter passaporte.
O advogado de Luciene Vieira emitiu uma nota afirmando que sua cliente se manifestará apenas em juízo e garantiu que demonstrará que houve equívocos na acusação. Ele também solicitou sigilo sobre o caso até que a questão seja resolvida judicialmente.
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